quinta-feira, 17 de novembro de 2011

# Desabafo 1 '

Não fui mesmo feita para tar sozinha. Não fui feita para estar sem pessoas à minha volta, e quando isso aconece, eu torno--me na pessoa mais trtiste de sempre. Porém quando tenho pessoas/as minhas pessoas à minha volta, faço coisas que me arrependo tanto, mas tanto, só porque estou mal, ou simplesmente mal disposta... 


Um ano. Faz amanhã um ano que a minha irmã saiu de casa... 18/Novembro de 2010. Desde aí nunca mais voltei a ser a mesma pessoa. Não a culpo nem a julgo por ela ter saído de casa, porque é a vida dela, e ela já é maior e vacinada. Neste momento, sei que ela não se habitua nem à casa a que pertenceu, ou seja... Está realmente habituada ao espaço dela, portanto chegou aquela fase em que NUNCA MAIS vai voltar para casa, e isso assusta-me, e deixa-me completamente lavada em lágrimas. Porque sei que nunca mais vou passar nada do que passei com ela, porque sei que já nada será o mesmo. Porque agora cá em casa, só posso fazer conta com a minha mãe, e como vocês sabem "há coisas que uma mãe não deve saber", algo do género. É diferente, confio tanto numa como na outra mas sinto-me mais à vontade com a minha irmã. Às vezes "sonho" com o que seria perfeito... Era vivermos as três juntas... Era tudo tão mais agradável... Quando a minha irmã está cá, eu sinto que as coisas são como eram, com um toque de diferença, mas são mais ou menos como eram. Odeio chegar de manhã à cozinha, e passar por o quarto dela e não a ver lá, ou ver a porta aberta e a cama vazia... Eu mesma sinto-me vazia... Falta-me ali algo, falta-me um dos meus pilares... É como se a minha vida estivesse equilibrada num só pilar, a minha mãe, e que por vezes a qualquer momento, vai cair. Às vezes não sei se é bom vê-la... "Olhos que não vêm, coração que não sente." Mas porra, é minha irmã e isso não pode acontecer... Estou sempre com vontade de andar por casa dela, de chinelos,sentar-me no sofá, deitar-me um bocadinho com ela... fazer as coisas básicas que faziamos antes de ela viver noutra casa... Tenho necessidade disso, e apesar de já ter passado 1 ano, eu não me acostumo... Eu não consigo sequer "lidar" com isto... Faz-me impressão só "me ter a mim" como companhia... Sempre me imaginei com carta, e na mesma casa que a minha irmã... O que é certo é que só agora é que comecei, e ela já foi... 


Hoje fiz uma coisa horrivel, que me arrependi no segundo seguinte, e que me está a remoer... Eu tenho um feitio lixado, e quando estou a dormir, e me acordam fico rabugenta... Hoje (na brincadeira), a minha irmã veio ter comigo à cama da minha mãe onde eu adormeci ao sol, mas veio acordar-me deitando-se ao meu lado, e gritando.. E a minha mãe deitou-se lá também, sem falar baixo... Fiquei entre elas, e queria descansar, porque estava com a moleza... E entretanto a minha irmã começou a atiçar a cadela, que me ia mordendo uma vez, e ela atiçou de novo e a  cadela ia-me voltando a morder mas desta vez mesmo a sério e eu com medo que tenho, enervei-me tanto... e atirei a minha irmã da cama a baixo, e saí do quarto a chama-la Estupida e Ordinária... É claro que não sinto nada disso, é MAIS DO QUE OBVIO que não queria que aquilo tivese acontecido... Eu ... neste momento sinto-me tão mal, porque ... Não sei explicar! Eu posso tratar mal TODA A GENTE DO MUNDO, mas a minha mãe, e a minha irmã não... Não consigo... Sinto-me pessimamente, e choro mundos e fundos... Elas são as únicas pessoas por quem daria a minha vida... E por vezes tenho atitudes tão ... Com a minha mãe, se as tiver, sei que no "minuto" seguinte está tudo bem, porque ela vive comigo, é mais fácil... Com a minha irmã? Com a minha irmã não foi assim, porque, mais uma vez digo, ela não vive comigo, então essa situação ocorreu por volta das 16, e ela foi-se embora as 19:10 ou algo parecido. Quando ela foi, eu só me apetecia chorar... Queria ir com ela, não a queria deixar... Habituei-me rápido à companhia dela e ainda por cima tinha sido super ordinária com ela... 


Mana, eu sei que estás a ler isto... 
Desculpa ser tão fraca ao ponto de não te pedir desculpa na cara, desculpa ser tão estúpida contigo sem ter noção das coisas que faço, desculpa nunca ter conseguido aceitar que tu já não voltas para casa como antes, desculpa eu não conseguir perceber que já nada vai ser o mesmo, desculpa ter mudado enquanto pessoa e para pior. Desculpa das vezes que fiz coisas que não foram do teu agrado, desculpa quando te desiludi, e desculpa quando te desiludir... Eu neste momento estou a chorar, sim... Mas não sei explicar porquê... Eu tenho muita pena de não passar mais tempo contigo, e apesar de "gasóleos caros" eu sinto a tua falta, quando sei que tás cá, só me apetece passar o dia contigo, apetece-me fazer "coisas que há muito não fazemos juntas". Não te julgo nem nunca te vou julgar por teres saído de casa... Mas peço-te que não evites tar comigo, porque isso magoa-me da pior maneira que tu não consegues imaginar... Eu entendo que o Flávio "também exista" e que ele é um dos teus pilares, mas não te esqueças que tu és um dos meus, e se tu achas que sem o flávio ficas incompleta, então imagina-me a mim. Sabes que não tenho ninguém para além da mae, e sabes que sei que o flávio se incomoda um bocado com a minha presença, e tu parece que as vezes tens medo que fique contigo em casa, ou algo assim... Mas é como te disse, tenho falta de estar contigo! Não é de te ver... É de estar contigo mesmo... Só "deus" sabe o aperto que tenho neste momento, por estar aqui sozinha neste canto onde vou passar as proximas horas, porque não me restam muitas opções a não ser casa da avó e cama... tu já cá viveste, tu sabes como é! É um clima que cansa, e eu já me cansei à muito tempo, preciso de outros ares, nem que seja por 10 segundos... Mais uma vez peço-te desculpa por estar constantemente a pedir-te para ficar em tua casa, para pedir para tar contigo, para sair contigo, para tentar fazer planos contigo... Mas agora, consegues entender porque é que o faço? Não é porque não tenho nada para fazer, ou porque não tenho amigos para combinar algo... É por TODO este motivo que aqui escrevi... 




Ninguém imagina o quanto eu gosto de ti

Pois não és só uma irmã, és a melhor amiga! (Tu e a mãe, são o "eu")